As fundações são elementos estruturais cruciais em qualquer construção, responsáveis por transmitir as cargas da superestrutura para o solo. Quando a capacidade de suporte do solo superficial é insuficiente para fundações superficiais, as fundações profundas entram em cena, garantindo a estabilidade e segurança de obras complexas.
O que são fundações profundas?
Em termos técnicos, a NBR 6122:2019 item 3.27 define fundação profunda “o elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou ainda por uma combinação das duas, sendo sua ponta ou base apoiada em uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo 3,0 m; quando não for atingido o limite de oito vezes, a denominação é justificada. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.”
Em resumo: A norma define como fundação profunda aquela cuja profundidade é superior a 8 vezes a sua menor dimensão em planta e com um mínimo de 3 metros de profundidade.
Quando usar fundações profundas?
As fundações profundas são soluções para diversos cenários:
- Solos com baixa capacidade de suporte: Solos arenosos, argilosos moles ou com alta compressibilidade exigem a transferência de carga para camadas mais profundas e resistentes.
- Obras com grandes cargas: Edifícios altos, pontes, torres e outras estruturas com cargas concentradas demandam fundações robustas para garantir a segurança.
- Presença de lençol freático: Em áreas com lençol freático elevado, as fundações profundas podem ser a única opção viável, pois permitem a transferência de carga abaixo do nível d’água.
- Risco de recalque: Áreas com histórico de recalque ou solos expansivos exigem a utilização de fundações que minimizem os riscos de deformações na estrutura.
Tipos de fundações profundas:
A escolha do tipo ideal depende de diversos fatores, como características do solo, tipo de estrutura, orçamento e prazos.
- Estacas: São elementos cravados ou perfurados no solo, podendo ser pré-moldadas ou moldadas no local. Existem diversos tipos de estacas, como estacas hélice contínua, estacas metálicas, estacas de madeira e estacas raiz.
- Tubulões: Estruturas cilíndricas de concreto armado escavadas no solo e preenchidas com concreto. São indicadas para grandes cargas e terrenos com baixa capacidade de suporte.
Vantagens das fundações profundas:
- Maior capacidade de carga.
- Maior segurança e confiabilidade.
- Redução do risco de recalque.
- Versatilidade para diferentes tipos de solo e obras.
Desvantagens das fundações profundas:
- Custo mais elevado em comparação com as fundações rasas.
- Execução mais complexa e especializada.
- Maior tempo de execução.
Considerações importantes:
- A escolha do tipo de fundação profunda deve ser feita por um profissional qualificado, com base em estudos geotécnicos (sondagem) e análises estruturais.
- A execução das obras de fundação profunda exige mão de obra especializada e equipamentos específicos.
- O acompanhamento e monitoramento da obra são essenciais para garantir a qualidade e segurança da fundação.
- É importante destacar que outras normas de segurança, como a NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), estabelecem uma profundidade máxima de escavação manual de 2 metros. Acima de 2 metros, a escavação é considerada perigosa e exige medidas de segurança especiais, como escoramento e proteção contra desabamentos.
Conclusão:
As fundações profundas são elementos essenciais para a construção de obras seguras e duráveis. A escolha do tipo ideal depende de diversos fatores, mas a consulta com um profissional qualificado é fundamental para garantir a melhor solução para cada projeto.
Referências:
- NBR 6122:2019 – Projeto e Execução de Fundações:
- Fundações Profundas – Escola Engenharia: https://www.escolaengenharia.com.br/fundacoes-profundas/